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sábado, 4 de junho de 2011

Desfile Lix

A marca carioca que começou desenvolvendo peças para outras marcas e partiu para vôo solo em 2008, apostou todas as suas fichas no crochê e nas estampas para o próximo verão. Algumas franjas também apareceram em peças com paetês transparentes sob bases listradas, que acabou gerando um certo conflito visual.
As listras foram outra forte aposta da marca, que investiu nesta linha até mesmo no crochê super colorido. Outra "estampa tendência" que deu o ar da graça foi a tropicalista. Em uma base acetinada com o fundo preto, a Lix mostrou muitas peças com esta vibe, especialmente vestidos longos. Já seguindo para um outro lado, a marca apostou nas estampas de onça e também na estampa étnica em grandes caftans a la Dudu Bertolini. Outras estampas também apareceram em menores proporções do que as mencionadas acima.

Lá pelo meio do desfile, apareceram algumas peças feitas em uma estampa de patchwork que pareciam fazer a junção das estampas que em tese são muito diferentes, mas se pensarmos como conceito de coleção, juntas funcionam e fazem sentindo. Pelo menos se a inspiração da marca for os anos 70 mesmo como eu deduzi pelo que vi.
Ao que me pareceu, a marca usou uma pegada anos 70 c0m ênfase no hippie, especialmente o hippie chic. Não achei essa pegada muito boa, porque acho que temos muito a explorar esta época sem precisar bater na mesma tecla de sempre. Os anos 70 não se resumem somente ao movimento hippie.
Os cabelos e alguns looks mostram a influência disco, que é uma outra linha muito interessante desta época. Tudo bem que ela já apareceu no Inverno, especialmente na linha de acessórios (inclusive falei disso outro dia aqui no blog), mas de qualquer forma, a título de moda, certamente ainda há muito a ser falado sobre o disco do que sobre o hippie.

Ponto negativo: a marca explorou estampas quase 99% do tempo, o que não nos permitiu visualizar a cartela de cores da coleção e tão pouco nos permitiu entender a passagem das estampas. Eu super entendo que algumas marcas gostam de ser reconhecidas pelas estampas, como é o caso da Farm por exemplo. Mas independente de qualquer coisa, nenhuma marca sobrevive só com estampas. Primeiro porque não é financeiramente viável para uma confecção, especialmente se as estampas forem todas ou quase todas feitas em estamparias digitais, que chegam a cobrar até 200% a mais no valor do metro do que uma estamparia de quadro ou cilindro cobraria, por exemplo. Segundo que nenhuma loja consegue compor um mix de produtos e relizar uma exposição interessante aos olhos do cliente se ela não possui peças lisas que possam realizar esse meio de campo. Terceiro que nenhuma mulher se veste com estampas todos os dias do ano e isso por si só já reduz as chances de venda da coleção. Mesmo que a cliente fiel da marca ame estampas, ela vai comprar uma ou duas peças de uma mesma estampa no máximo. E certamente não irá gostar de todas as estampas que a marca desenvolveu para a coleção. Eu sei que provavelmente a marca usou somente estampas no desfile para criar um impacto e tal e que a coleção tem muuuito mais do que isso, mas acho que como abre alas não funciona. Se tem alguma cliente em potencial que conhece a marca pelo desfile e só visualiza isto, pode criar uma impressão ruim e negativa da marca.

Só um parenteses, para que eu possa explicar sobre a diferença das estamparias. Uma estampa feita em quadro ou cilindro pode ter até 7 cores e detalhes não muito pequenos. As estamparias que realizam este processo cobram pela abertura do quadro e pelo número de cores que o desenho possui. Já a estamparia digital, por se tratar de uma tecnologia mais recente, permite que você use quantas cores quiser e também que tenha qualquer tipo de detalhe, mesmo que seja quase invisível. As estampas digitais são impressas em gigantescas impressoras, no estilo das impressoas de fotografia e não é cobrado valor extra por cor e nem por abertura de desenho porque isso não acontece. Mas com isso, este tipo de estampa fica muito mais cara do que as demais.

Voltando ao desfile, como ele foi em sua maioria repleto de estampas, deixei a lista de cores de lado, pois era impossível fazer esta análise. Coloquei mais fotos do que o habitual, para que vocês também possam visualizar um pouco de cada estampa apresentada.

Peça favorita: Gostei do tomara que caia de estampa patchwork a la Adriana Barra.




Imagens feita por Charles Naseh para o site Chic.

Será que esse pode?

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