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terça-feira, 12 de abril de 2011

Diferença entre conceito e tendência

Conforme já havia falado passarei a responder os e-mails de vocês direto aqui no blog. Alguns ainda terei que responder idividualmente, já que muitas me escrevem e falam sobre questões pessoais, porém, àqueles que puder, responderei direto aqui, pois a dúvida desta pessoa que me escreveu pode ser a mesma de outras pessoas e com isso posso ajudar mais pessoas com um único post, certo?

Hoje respondo o e-mail da Júlia Rios de Floripa. Ela me perguntou qual é a diferença entre conceito e tendência e se ambos são importantes para a definição do seu estilo.

Bom Júlia, vamos por partes. Antes de mais nada vou falar sobre a questão do estilo. Como tenho comentado frequentemente aqui no blog, o estilo é algo muito pessoal, como se fosse a sua assinatura (aquela que você coloca na sua identidade, nas folhas do cheque, etc), só que de forma implícita. O estilo é o resultado de tudo que se passa na sua vida, ao seu redor. Um mix do que gosta de ouvir, assitir, do que te interessa em diversos segmentos, daquilo que admira, o que te chama atenção... Enfim, um bem bolado de coisas que dentro da sua cabeça, ajudam a formar a sua personalidade. E o estilo é o reflexo da sua personalidade.

Engraçado que já recebi alguns e-mails com fotos de leitoras que me perguntam se o estilo delas está certo ou errado. Atenção meninas, isso não existe!!!! Uma coisa é você querer saber se a sua produção está certa ou errada de acordo com as tendências da estação e outra é você querer saber se o seu estilo está certo.
Não existe estilo certo e errado, existe o seu estilo, aquele que combina com você, que te acende, te ilumina. Se a forma como você se veste a deixa assim, então você está no caminho certo!!

Entendam que isso não significa que você vai ter o seu estilo e não vá seguir certas dicas de consultoria como o que fica melhor para o seu formato de corpo, tom de pele ou tom de cabelo. Aliás, esse é um dos maiores desafios de qualquer consultor de moda. Mostrar ao cliente o que fica bem para ele, dentro do estilo dele e ainda colocar pitadas de moda neste universo, não é uma tarefa muito fácil. É preciso estudar o guarda roupa do cliente, ver como ele se veste no dia a dia, analisar seu corpo, seu tom de pele, de cabelo e claro, o seu bolso! Bem no estilo Esquadrão da Moda de ser.

Sendo assim, nenhum conceito ou tendência deve influenciar na construção do seu estilo, pois quem fará isso é você.
Claro que a gente pode ajudar dando dicas se for preciso, mas o ideal é que você descubra sozinha que estilo lhe agrada mais, afinal de contas, só você saberá dizer o que faz você se sentir linda e radiante.

Só um detalhe: Quando digo que você deve definir um estilo a seguir, não me refiro a grupos ou estilos pré determinados, como grunges, punks, navys e etc. Essas categorias são grupos, que se vestem de forma similiar, mas não é com rótulos que você deve definir o seu estilo. Se a vestimenta de algum grupo lhe agradar, ok, se baseie nisto, mas tenha em mente que você precisará de elementos seus para criar o seu visual, mesmo que este esteja inserido em algum grupo determinado. Caso contrário parecerá uma cópia de algo que já existe.

Agora vamos para a outra parte. A diferença entre conceito e tendência.

O conceito na verdade é a base da concepção das coleções. A cada processo de criação que se inicia (que ocorre teoricamente a cada 6 meses), as equipes de estilo e criação das marcas definem um tema para a coleção que eles começarão a desenvolver. Esse tema é o conceito da coleção. São montados painéis de ambinetação, com cartela de cores e estampas que tenham algum tipo de ligação com o tema escolhido e muitas marcas desenvolvem peças conceituais, que às vezes são apresentadas para fraqueados ou que servem como base de montagem de desfiles ou editorias de moda. Com isso tudo pronto, é dado o início do desenvolvimento da coleção, que leva em consideração as tendências para a estação no qual a coleção será criada.

As tendências são definidas com muita antecedência pelos grandes conglomerados de moda que envolvem uma série de profissionais ligados à moda direta e indiretamente. Algumas questões das indústrias têxteis também são levadas em consideração, como foi o caso do surgimento do preto no vestuário feminino. No pós guerra as indústrias de tintas não possuíam oferta de pigmentação e com isso os estilistas da época acabaram colocando essa cor na cartela feminina, já que até então, ele só era usada no universo masculino ou em situações específicas como velórios.

Com essas informações, cada marca faz uma adaptação das tendências de acordo com o perfil do seu público e támbém com o conceito da coleção que será criada.
Com esse cruzamento de informações, as coleções são desenvolvidas e posteriormente chegam às lojas.

Espero que tenha respondido as suas dúvidas e que tenha lhe ajudado de alguma forma. De qualquer jeito, se você pretende seguir a carreira de moda, saiba que na faculdade você verá isso de forma mais aprofundada, na cadeira de desenvolvimento de coleção, mas você só pegará o xis da questão quando for para a prática e começar a trabalhar. Quando chegar neste ponto, verá que cada marca possui um processo criativo diferente. Algumas fazem viagens de pesquisa, outras contratam profissionais que passam estas informações. Algumas fazem painéis, outras não, enfim, cada uma trata essa questão de uma forma diferente, mas a idéia é essa.

Se você também possui alguma dúvida, ou quer alguma dica especial, escreva para o meu e-mail: blogseraqueessepode@gmail.com
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Será que esse pode?

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